Os
personagens vivem e agem em determinado ambiente, durante certo tempo. Este tempo
poder cronológico ou psicológico. O tempo cronológico é o da natureza, aquele que,
marcado pelo relógio, indica o passar das horas e dos minutos. O tempo psicológico
e o da sensação de duração dos fatos, variável de indivíduos para indivíduos. Composto
de momentos imprecisos que se fundem ou se aproximam, nele se misturam passado,
presente e futuro. Nas narrativas, essa mistura ocorre ao sabor da imaginação do
narrador ou personagens.
No
desenrolar do enredo tem papel fundamental o conflito, isto é, o elemento em torno
do qual são organizados os fatos e seu desenvolvimento. Por ser o elemento que
mais prende a atenção do leitor, o conflito, de maneira geral, determina as
parte do enredo:
*introdução (ou apresentação): é o começo da história, a parte na qual se apresenta
os fatos iniciais, as personagens e, às vezes, o tempo e o espaço;
*complicação (ou desenvolvimento): é a parte em que o conflito se desenvolve, complicando-se
(pode haver mais de um conflito na história);
*clímax: é ao ponto culminante da história, o de maior tensão,
o momento em que o conflito atinge seu ponto máximo;
*conclusão (ou desfecho): é a solução final do conflito, que pode ser feliz, trágica,
inesperada, cômica, surpreendente, etc.
O
enredo pode ser desenvolver de modo linear, isto é, numa sucessão contínua de
fatos, que vêm um após o outro, num encadeamento lógico de causa e consequência.
E pode também desenvolver-se de modo não linear, ou seja, de maneira que os
fatos não são apresentados em sequência; eles evoluem aos saltos, como omissões,
interrupções e cortes.
Um
texto narrativo, portanto, não é mero relatar de acontecimentos, mas o
resultado de um trabalho de organização e recriação de um mundo particular, no interior
do qual tudo deve fazer sentido.
Leia o texto narrativo a seguir:
Lu
foi comprar o queijo que Dalmo queria para o lanche. Na rua, encontrou Miro,
que namorava quando tinha 15 anos e era virgem. Foram andando na companhia das
lembranças. As novenas… o cinema nas matinês de domingo… os bailes no clube dos
Marujos, os dois dançando sempre ao fundo do salão porque, se o pai dela visse
o agarramento, era escândalo na certa e o soco do velho Justa doía mais que
coice de mula… o mato escuro no fim da rua…
-
Eu moro aqui. Quer entrar?
Miro
foi o primeiro homem de sua vida e, na época, ela ficou sem saber direito o que
isso é. O rapaz tinha 17 anos e também era virgem.
-
Quer entrar?
Lu
cedeu à curiosidade, entrou e conheceu delícias. Naquela noite, Miro ia a São
Paulo, ela foi junto. De lá, seguiram para a Europa, Lisboa, Madri, Paris,
Roma, Berlim, Londres… Céus de diversos tons de azul, colchões e rostos
diferentes… Um dia ela pensou no que fizera a Dalmo: nem sequer um telefonema
de adeus. Ele não merecia. Tão amoroso gentil. Estavam em Stutgart, Miro dormia
o sono solto. Correu para o aeroporto. Era o fim de tarde quando Lu entrou em
casa e, antes que Dalmo quisesse saber a razão daquela ausência de dois anos e
meio, ela mostrou o embrulho e falou como se tivesse saído ainda há pouco.
-
O queijo que você quer para o lanche.
(Mário
Lago, 16 linhas cravadas.
São
Paulo: Publisher Brasil, 1988. p. 41.)
Atividades propostas
1.
Divida o enredo
do texto em introdução, desenvolvimento e conclusão.
2.
Como e apresentado
e o tempo neste texto?
3.
Qual é o conflito
dessa narrativa?
4.
Transforme o enredo
do texto em uma notícia de jornal.
5.
Observe a foto
abaixo.
A parti dos dados da foto, conte uma história
em que estejam presentes os cinco elementos fundamentais do texto narrativo:
narrador, personagem, tempo, ambiente e enredo. Construa a narração em 1° ou 3°pessoa.
Dê um titulo ao seu texto.
Boa Sorte!
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